Curva do esquecimento de Ebbinghaus

Eu sei que você já se encontrou na seguinte situação: estudou um assunto X, fez as questões dele, foi muito bem e pensou “tô mandando bem”. Acontece que, alguns dias depois – às vezes horas – precisou resgatar algum conhecimento do assunto estudado e… Não lembrava de nada!

Bom, isso acontece com frequência com a maioria dos estudantes e muitos deles se culpam, julgando-se como incapazes de se preparar para o vestibular. A verdade é que isso é um erro, já que o esquecimento é um fenômeno normal e que acontece com todos os estudantes. Para entender por que isso ocorre e como passar a lembrar dos assuntos estudados, leia esse artigo até o final!

Por que esquecemos? A ideia principal é que o nosso cérebro é “preguiçoso” e ele busca priorizar aquilo que é fundamental à nossa sobrevivência. Logo, um assunto que você viu apenas uma vez na vida, sem impacto sobre a sua “sobrevivência” será facilmente esquecido.

Como esquecemos? O psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus (1850-1904) foi um dos primeiros estudiosos no estudo da memória. Em seus estudos, ele chegou à “Curva do Esquecimento e Retenção de Ebbinghaus”, mostrada no gráfico abaixo.

A linha azul escuro mostra que, após vermos um assunto, temos o seu domínio, ou seja, entre 70% e 80% de retenção. No entanto, com o passar do tempo, essa retenção chega a próxima de 0. No entanto, caso revisemos esse mesmo assunto algumas horas depois, mesmo que não o vejamos mais, sua retenção irá se estabilizar um pouco melhor do que caso não tivéssemos visto aquele conteúdo mais uma vez, como mostra a curva vermelha. Caso revisemos esse conteúdo 24 horas depois, 1 semana e 1 mês depois (curvas amarela, verde e azul claro, respectivamente), vemos que a retenção tende a se estabilizar cada vez mais em um nível de retenção maior. Moral da história? Revisar é fundamental, pois manda o seguinte recado para o seu cérebro preguiçoso: “olha, se eu estou vendo isso aqui mais de uma vez, é porque é importante! Então aprende aí!”. Deu pra entender?

Como revisar? Bom, existem algumas formas de revisar, então teste aquilo que faz sentido para você. Veja algumas ideias:

  1. Fichamentos/Resumos

Muitos acham que resumos são perda de tempo e a verdade é que, sim, eles podem ser, dependendo de como você os faz. O ideal é que eles sejam o mais enxutos possível, principalmente com termos e conceitos-chave, pois isso irá estimular o estudo ativo. Por exemplo, ao estudar Marx, seu resumo deve conter apenas a palavra “Mais-valia”, mas não o que significa. Na hora de revisar, você sabe que aquilo é importante, pois está ali, e você deveria saber explicar o quê é. Não soube explicar? Volte à teoria até poder fazê-lo. Recomendo fazer isso sempre antes de passar para o próximo assunto daquela matéria. O seu resumo apenas guia o que você deve saber, afinal, o conteúdo deve estar na sua memória e não em um pedaço de papel!

  • Revisão semanal prática

Ao final da semana você pode separar um horário para revisar os assuntos novos estudados ao longo da semana. Nessa revisão, retome as questões que você, de primeira, não soube fazer, ou aquelas que errou. Caso você consiga acertar, significa que você de fato assimilou o conteúdo. Caso não consiga, busque entender como se resolve aquele exercício mais uma vez. Eu garanto que você precisará refazer várias questões mesmo após achar que as entendeu e isso vai gerar alguma frustração, no entanto, isso é só a curva de Ebbinghaus agindo!

  • Simulados

Ao meu ver, os simulados são a melhor forma de se revisar porque nesse formato o aluno precisa retomar conteúdos variados, em um curto espaço de tempo e ainda sobre certa “pressão”. E como eles podem ser uma revisão? Ao terminar o simulado, o aluno deve retomar as questões que errou e identificar se aquilo se trata de um erro de atenção ou de conteúdo propriamente dito. Sendo o primeiro caso, o aluno deve se atentar mais durante as provas, já sendo o segundo, ele tem exatamente o assunto em que ficou uma lacuna em sua preparação e no qual deve focar. A verdade é que revisar, geralmente, é chato. Muitas vezes, queremos apenas dizer que já estudamos um assunto e que não precisaremos voltar nele novamente. No entanto, fingir que a curva de Ebbinghaus não existe é se autossabotar e pode ser um divisor entre ser aprovado ou não, então não deixe de revisar!

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